sexta-feira, 23 de julho de 2010

Recursos minerais em Moçambique " temos ainda muito por explorar"

ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, na abertura da Conferência Internacional sobre carvão que decorre desde ontem, na cidade de Maputo

Numa altura em que o mundo está com olhos postos ao território nacional, tendo em conta o boom que se regista nos últimos tempos no que diz respeito à descoberta e exploração dos recursos minerais, a ministra moçambicana deste sector veio, ontem, a público dizer que o país ainda tem muito por ser descoberto e explorado. Assim, aquela governante lança o desafio e convida os investidores, tanto nacionais assim como estrangeiros, a avançarem com propostas concretas para iniciarem investimento no sector mineiro nacional.

“O nosso país dispõe de uma vasta gama de recursos minerais, grande parte dos quais ainda não explorados, tais como metais básicos, fosfatos, rochas ornamentais, bauxite, minério de ferro, tantalite, pedras preciosas e semipreciosas, grafites e outros. Possuímos grandes depósitos de areias pesadas ao longo da costa, tendo um deles, em Moma, entrado em produção em 2007 e prevendo-se para o futuro o desenvolvimentos de outros projectos em outras áreas” – disse a ministra, fazendo um convite aos especialistas que, representado multinacionais minerais, participam desde ontem na Conferência Internacional sobre carvão.

Decorrendo sobre o tema: Posicionando Moçambique na Rota do Mercado Mundial do Cravão, o evento decorre na capital moçambicana, Maputo. O país tornou-se, nos últimos tempos, no maior produtor de gás natural na região da África Austral. Foi recentemente feita a descoberta de novos jazigos deste hidrocarbonetos, com particular destaque para a descoberta na bacia do Rovuma, facto que para a ministra dos Recursos Minerais é uma razão clara para que os investidores tenham forte apetência por Moçambique.

No que ao carvão diz respeito, o território moçambicano é considerado como podendo ser um dos países com maiores reservas de carvão a nível mundial. “Existem diversas bacias carboníferas identificadas em diferentes áreas do país, nas províncias de Tete, Niassa, Cabo Delgado e Manica, algumas delas presentemente a ser avaliadas através de trabalhos de pesquisa no âmbito de mais de 100 títulos mineiros atribuídos a várias pessoas singulares e colectivas” – recordou a ministra.

Na bacia de carvão de Moatize, a mais conhecida de entre as diversas bacias de carvão existentes no país, foram realizados no passado diversos trabalhos de pesquisa geológica detalhada e presentemente existem vários biliões de toneladas de carvão prontas para ser produzidas. Em 2007 e 2009 foram assinados dois contratos mineiros, com a Vale Moçambique e Riversdale para Moatize e Benga respectivamente, que em conjunto contemplam a produção e exportação anual de cerca de vinte milhões de toneladas de carvão, a ocorrer dentro de poucos anos.

O início da exportação terá lugar em Julho de 2011. De acordo com Esperança Bias, “na vizinhança de Moatize existem áreas em que os trabalhos de pesquisa estão em estágio bastante avançado, com resultados positivos, prevendo-se que em algumas delas os seus titulares mineiros requeiram em breve concessões mineiras para a extracção de carvão. De entre estas, é de mencionar o projecto de carvão do Zambeze promovido pela Riversdale e os projectos das empresas Ncondezi e JPSW” – anotou ela.

Com base nestas indicações, a ministra é de opinião que existem, presentemente, condições para a produção e exportação anual de várias dezenas de milhões de toneladas de carvão a partir da região carbonífera de Moatize. Entretanto, reconhece “um dos principais desafios que temos ainda de enfrentar é a criação de capacidade para o escoamento do carvão desde o local de produção aos portos de exportação”.

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