quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O papel psicológico da História da Matemática no processo de ensino-aprendizagem

A Matemática, sabidamente, provoca diversas emoções em alunos e professores: é motivo de paixão e de desespero, de encanto e de desilusão, de euforia e de nihilismo. As crenças, os valores, a aceitação social e outros fatores não menos importantes condicionam todo processo de ensino-aprendizagem escolar dessa disciplina e podem favorecer ou dificultar as diversas etapas percorridas pelo aluno e pelo professor durante o encaminhamento dos trabalhos.

A Educação relaciona-se com a Psicologia ao buscar como e quando ensinar e na comunidade internacional de pesquisadores em Educação Matemática encontramos uma forte pressão da perspectiva psicológica no estudo dos processos de ensino e aprendizagem da Matemática (Godino, 2003, p. 12).

Na busca por melhores opções pedagógicas de abordagem de conteúdos, grupos de pesquisa em Educação Matemática discutem as diversas maneiras de problematização de situações que tornem o ensino mais significativo para o aluno e a História da Matemática fornece uma riqueza de opções que a torna um campo de estudo e de pesquisas cada vez mais profícuo.

A História da Matemática pode exercer um importante papel psicológico no processo de ensino-aprendizagem tanto em relação ao professor quanto em relação ao aluno. Ao estudante pode propiciar condições de perceber as diversas etapas da construção do pensamento Matemático, entender as diferentes práticas sociais que geraram as necessidades de sua produção e trabalhar as diversas linguagens e formas simbólicas que o constituem e o condicionam. Ao professor, permite problematizar a ação pedagógica no sentido de se criar uma consciência das vivências e recursos cognitivos e interpretativos necessários para uma apropriação significativa das idéias matemáticas.

As diversas contribuições da História da Matemática na Educação Matemática podem ser assim resumidas: apresentar a importância das muitas formas de atividade intelectual, negar o pressuposto de uma Matemática pronta e acabada e apresentá-la com uma ciência em construção, mostrar os caminhos percorridos na criação da Matemática que temos hoje e as outras possibilidades de sua construção, apresentar o erro como uma tentativa de resolução e não como uma falha, etc.

Nesse trabalho, procuraremos qual o papel psicológico que a História da Matemática pode exercer na Educação Matemática e quais são suas implicações na prática pedagógica. Para tanto, apresentaremos a dimensão emocional em Educação Matemática, alguns aspectos da História da Matemática na Educação Matemática e as ligações que encontramos entre essas diferentes perspectivas.

A importância das crenças no processo de ensino e aprendizagem de Matemática

O nível de consciência das próprias crenças e da influência do contexto social são fatores decisivos nas práticas de ensino e indicam o modo de proceder do professor. Em relação ao aluno, as crenças sobre a aprendizagem matemática são influenciadas pelo que consideram como prioridades: dominar procedimentos básicos, memorizar algoritmos, consciência da utilidade da Matemática, valorização do aprendizado como habilidade para progredir na vida, obter confiança em si mesmo e reforçar sua imagem em relação ao grupo, etc.

É no entrelaçar da cognição e do afeto que pretendemos focar nossa atenção. As crenças trazidas para o contexto da sala de aula irão interferir na atribuição de significados para as diferentes tarefas e colaborar ou não para a compreensão das atividades desenvolvidas. Assim, após definir contexto interativo como aquele no qual se evocam percepções individuais das exigências da tarefa (por exemplo, o contexto escolar, o contexto da vida cotidiana, etc.) e contexto figurativo como o que está descrito na tarefa, Chacón acrescenta:

"Todas as tarefas estão socialmente situadas, mas o contexto da tarefa é conseqüência da construção e da resposta do indivíduo. O contexto pessoal da tarefa como resultado da inter-relação entre o contexto "interativo" e o "figurativo" toma a forma de uma representação cognitiva, por meio da qual o indivíduo atribui significado pessoal para a tarefa e compreende o processo de resolução de problemas." (Chacón, 2003, p.85).

Dentro da perspectiva da psicologia cultural, também consideramos esclarecedora a apresentação de Galvão (2003, p. 90):

"Em suma, a posição aqui exposta, acerca do que define um indivíduo como um ser cultural, é a de que a cultura provê um sistema simbólico para interpretação e organização da experiência, assim como para conferir significado à vida. O indivíduo, por ser ativo nessa interpretação e organização de sua experiência, se diferencia dos demais em vários aspectos de seu funcionamento psíquico, não sendo assim determinado pela cultura. Esta, por sua vez, como resultado de uma história de criação coletiva, não se reduz à soma das contribuições individuais."

Com isso, esperamos que fique clara a importância da "construção do contexto" para facilitar a compreensão dos conceitos em Matemática. Também podemos verificar que as diferentes fases da resolução de uma tarefa mostram como a dimensão emocional interage com a cognição: as idas e vindas, as rotas alternativas de resolução e as alterações de ânimo encontradas nas diversas etapas do trabalho são alguns exemplos. Assim, quando as tarefas são significativas para o aluno favorecem o acesso ao conhecimento matemático, permitem a apropriação dos conceitos e motivam o aprender. Tendo tais pressupostos em vista, e, além disso, considerando a importância de se caminhar na construção dos conceitos matemáticos com saltos qualitativos em compreensão acessíveis ao aluno, procuraremos explicitar alguns dos valores didáticos da História da Matemática na Educação Matemática em termos individuais e culturais.

A História da Matemática na Educação Matemática

De acordo com Miguel (2004), o recurso à História como uma tentativa de dar significado ao ensino da Matemática aparece nos livros didáticos brasileiros de Matemática do final do século XIX e começo do XX, a exemplo do que já ocorria na Europa um século antes, com a publicação da obra Elements de géométrie, de Aléxis Claude Clairaut, em 1741. Era manifestado pela apresentação de métodos produzidos historicamente ou de observações sobre temas e personagens da história da matemática e sofreu forte influência positivista, ao mesmo tempo em que utilizavam uma versão do "princípio genético" para o ensino da Matemática.

O "princípio genético" tem origem em uma lei biogenética defendida por Ernst Haeckel (1834-1919), que faz a seguinte afirmação: "a ontogenia recapitula a filogenia", ou seja, o desenvolvimento do embrião humano retraça os estágios pelos quais seus ancestrais adultos haviam passado. Em pedagogia, tal princípio é ligado à idéia de que o aluno percorre em seu aprendizado as mesmas etapas historicamente percorridas para a construção de um conceito. Vários matemáticos famosos se apresentaram partidários do uso pedagógico desse princípio, como Henri Poincaré (1854-1912) e Félix Klein (1849-1925) e concebiam a Matemática como uma acumulação linear e hierárquica de conhecimentos que deveriam ser recapitulados na escola nos processos de ensino-aprendizagem.

Piaget também adotou o princípio genético em seus trabalhos e escreveu, juntamente com Rolando Garcia, o livro Psicogênese e História das Ciências (1982). Nesse livro, os autores defendem a tese de que a construção do conhecimento se dá da mesma maneira nos planos psicogenéticos e filogenéticos, através de mecanismos que denominam abstração reflexiva e generalização completiva. Com tais mecanismos de passagem, o aprendiz adaptaria o saber constituído aos seus conhecimentos prévios para construir conhecimentos novos usando os processos de assimilação, acomodação e equilibração. Assim, para aprender Matemática o sujeito teria que reconstruir as mesmas operações cognitivas que marcaram a construção histórica dos objetos matemáticos, que abstraídos de suas situações concretas se tornariam exclusivamente objetos formais. O recurso à História da Matemática se apresentava como uma opção para a busca de conflitos cognitivos que possibilitassem a passagem de uma etapa da construção do conhecimento para outra de nível superior. Sob esta perspectiva teórica, a produção cultural das idéias da Matemática é tratada de uma forma internalista e estruturada, desligada de qualquer contexto, da mesma forma que se desconsidera o condicionamento sócio-cultural no desenvolvimento cognitivo do indivíduo.

Em busca de um enfoque mais sistêmico da didática da Matemática, Brousseau parte da noção de obstáculo epistemológico criada por Bachelard e constrói a Teoria das Situações Didáticas. Nela são consideradas as relações criadas em uma situação didática entre o aluno (ou os alunos), o entorno e o professor por um problema estabelecido para a reconstrução de um conhecimento. Nesse sentido, a aprendizagem por adaptação ao meio implica em rupturas cognitivas, acomodações e mudanças nos sistemas cognitivos, no uso da linguagem e nas concepções prévias. Apesar de adotar uma perspectiva piagetiana ao admitir a construção do conhecimento pela interação entre o sujeito e o objeto, a teoria da situação didática dá importância à gestão do professor da interação entre o subsistema aluno-saber e a situação-problema apresentada, o que acrescenta uma dimensão situacional ao processo de ensino-aprendizagem. A História da Matemática, nessa perspectiva, permitiria identificar os obstáculos epistemológicos superados na construção histórica de um conceito e os transformar em situações-problemas que permitissem a reconstrução do conhecimento matemático, ou seja, seria uma fonte de busca de problemas.

Para Miguel (2004), as novas perspectivas teóricas em construção no campo de investigação História na Educação Matemática defendem uma abordagem sociocultural que considere os significados em seus contextos específicos. A maior crítica é dirigida ao princípio recapitulacionista, que provoca um reducionismo de natureza sociológica ao identificar a cultura como algo externo, fonte de estímulos para desenvolvimentos conceituais e a cognição como algo interno, mero reflexo da cultura. O recurso à História da Matemática deve ser, então, baseado em um diálogo do passado com o presente e interpretado dentro das práticas sociais em que tal passado se achava envolvido. Desse modo, se deixaria de subordinar o presente ao passado e ao mesmo tempo de se fazer uma leitura da evolução dos conceitos da maneira que se acredita que eles tenham acontecido, derrubando a visão internalista do desenvolvimento da Matemática que essa leitura pressupõe.

Concordando com as proposições de Miguel (2004), procuramos definir o papel psicológico da História da Matemática na Educação Matemática. Ao ponderarmos sobre a importância das crenças, dos valores e da emoção nos aspectos cognitivos envolvidos no ensino e na aprendizagem da Matemática, não podemos nos furtar a esse exame das práticas sociais nas quais ocorreu o desenvolvimento da Matemática que hoje conhecemos. Sob essa perspectiva, as problematizações permitidas pelo conhecimento histórico da construção do conhecimento matemático são muito amplas e podem enfocar diversos aspectos, entre os quais:

1. procurar reproduzir em sala de aula o processo de criação da Matemática, apresentando as informações fundamentais para se entender a lógica de um determinado desenvolvimento;

2. conseguir apresentar uma significação para o tópico a ser apresentado e ao mesmo tempo justificar o simbolismo necessário ao formalismo da Matemática, para motivar o aluno a prosseguir seus estudos;

3. oferecer uma visão de conjunto da Matemática, ao favorecer as ligações entre as diversas temáticas sem o rigor característico da Matemática do presente, através das aplicações práticas que ocorreram na evolução histórica da Matemática;

4. atribuir a produção cultural da sociedade não exclusivamente a quem finalmente resolveu um problema, mas ao esforço e à criatividade de conjuntos de toda comunidade;

5. apresentar a Matemática como uma ciência em construção, mostrando os equívocos ocorridos durante o seu desenvolvimento como parte da natureza da atividade Matemática;

6. resgatar a identidade cultural da sociedade, através de uma compreensão externalista da História da Matemática;

7. revelar os fundamentos da Matemática;

8. contribuir para a formação de um pensamento independente e crítico sobre a construção histórica da Matemática.

Assim, a História da Matemática apresenta um potencial pedagógico muito grande e, mais especificamente, apresenta a possibilidade de trabalharmos os afetos envolvidos no processo de ensino aprendizagem de uma maneira positiva, podendo colaborar para quebrar o ciclo de exclusão em relação à matemática escolar que encontramos hoje. . O aluno, ao tomar contato com as produções de diferentes épocas e culturas, pode ressignificá-las com base em suas próprias experiências e estabelecer uma atividade dialógica com as diferentes características da linguagem matemática (natureza teórica e sistemática, coerência interna, procedimentos lógicos e lingüísticos ligados a uma axiomática própria, entre outras), que não se manifestam no conhecimento construído na escola.

domingo, 1 de agosto de 2010

Historiando Matematicamente
Contando com os romanos

De todas as civilizações da Antigüidade, a dos romanos foi sem dúvida a mais importante. Seu centro era a cidade de Roma. Desde sua fundação, em 753 a.C., até ser ocupada por povos estrangeiros em 476 d.C., seus habitantes enfrentaram um número incalculável de guerras de todos os tipos. Inicialmente, para se defenderem dos ataques de povos vizinhos; mais tarde nas campanhas de conquistas de novos territórios. Foi assim que, pouco a pouco, os romanos foram conquistando a península Itálica e o restante da Europa, além de uma parte da Ásia e o norte de África.

Apesar de a maioria da população viver na miséria, em Roma havia luxo e muita riqueza, usufruídas por uma minoria rica e poderosa. Roupas luxuosas, comidas finas e festas grandiosas faziam parte do dia-a-dia da elite romana. Foi nesta Roma de miséria e luxo que se desenvolveu e aperfeiçoou o número concreto, que vinha sendo usado desde a época das cavernas. Como foi que os romanos conseguiram isso?

O sistema de numeração romano

Os romanos foram espertos. Eles não inventaram símbolos novos para representar os números; usaram as próprias letras do alfabeto.

I V X L C D M Como será que eles combinaram estes símbolos para formar o seu sistema de numeração? O sistema de numeração romano baseava-se em sete números-chave: I tinha o valor 1. V valia 5. X representava 10 unidades. L indicava 50 unidades. C valia 100. D valia 500. M valia 1.000.

Quando apareciam vários números iguais juntos, os romanos somavam os seus valores.

II = 1 + 1 = 2 XX = 10 + 10 = 20 XXX = 10 + 10 + 10 = 30

Quando dois números diferentes vinham juntos, e o menor vinha antes do maior, subtraíam os seus valores.

IV = 4 porque 5 - 1 = 4 IX = 9 porque 10 – 1 = 9 XC = 90 porque 100 – 10 = 90

Mas se o número maior vinha antes do menor, eles somavam os seus valores.

VI = 6 porque 5 + 1 = 6 XXV = 25 porque 20 + 5 = 25 XXXVI = 36 porque 30 + 5 + 1 = 36 LX = 60 porque 50 + 10 = 60

Ao lermos o cartaz, ficamos sabendo que o exercíto de Roma fez numa certa época MCDV prisioneiros de guerra. Para ler um número como MCDV, veja os cálculos que os romanos faziam:

Em primeiro lugar buscavam a letra de maior valor. M = 1.000

Como antes de M não tinha nenhuma letra, buscavam a segunda letra de maior valor.

D = 500

Depois tiravam de D o valor da letra que vem antes.

D – C = 500 – 100 = 400

Somavam 400 ao valor de M, porque CD está depois e M.

M + CD = 1.000 + 400 = 1.400

Sobrava apenas o V. Então:

MCDV = 1.400 + 5= 1.405



Os milhares Como você acabou de ver, o número 1.000 era representado pela letra M. Assim, MM correspondiam a 2.000 e MMM a 3.000. E os números maiores que 3.000? Para escrever 4.000 ou números maiores que ele, os romanos usavam um traço horizontal sobre as letras que representavam esses números. Um traço multiplicava o número representado abaixo dele por 1.000. Dois traços sobre o M davam-lhe o valor de 1 milhão. O sistema de numeração romano foi adotado por muitos povos. Mas ainda era difícil efetuar cálculos com este sistema. Por isso, matemáticos de todo o mundo continuaram a procurar intensamente símbolos mais simples e mais apropriados para representar os números. E como resultado dessas pesquisas, aconteceu na Índia uma das mais notáveis invenções de toda a história da Matemática: O sistema de numeração decimal.

quarta-feira, 28 de julho de 2010


História da Matemática ( cont)

Descobrindo a fração

Por volta do ano 3.000 a.C., um antigo faraó de nome Sesóstris... “... repartiu o solo do Egito às margens do rio Nilo entre seus habitantes. Se o rio levava qualquer parte do lote de um homem, o faraó mandava funcionários examinarem e determinarem por medida a extensão exata da perda.” Estas palavras foram escritas pelo historiador grego Heródoto, há cerca de 2.300 anos. O rio Nilo atravessa uma vasta planície. Uma vez por ano, na época das cheias, as águas do Nilo sobem muitos metros acima de seu leito normal, inundando uma vasta região ao longo de suas margens. Quando as águas baixam, deixam descobertas uma estreita faixa de terras férteis, prontas para o cultivo. Desde a Antigüidade, as águas do Nilo fertilizam os campos, beneficiando a agricultura do Egito. Foi nas terras férteis do vale deste rio que se desenvolveu a civilização egípcia. Cada metro de terra era precioso e tinha de ser muito bem cuidado.

Sesóstris repartiu estas preciosas terras entre uns poucos agricultores privilegiados. Todos os anos, durante o mês de junho, o nível das águas do Nilo começava a subir. Era o início da inundação, que durava até setembro. Ao avançar sobre as margens, o rio derrubava as cercas de pedra que cada agricultor usava par marcar os limites do terreno de cada agricultor. Usavam cordas para fazer a medição. Havia uma unidade de medida assinada na própria corda. As pessoas encarregadas de medir esticavam a corda e verificavam quantas vezes aquela unidade de medida estava contida nos lados do terreno. Daí, serem conhecidas como estiradores de cordas. No entanto, por mais adequada que fosse a unidade de medida escolhida, dificilmente cabia um número inteiro de vezes no lados do terreno. Foi por essa razão que os egípcios criaram um novo tipo de número: o número fracionário. Para representar os números fracionários, usavam frações.

As complicadas frações egípcias

Os egípcios interpretavam a fração somente como uma parte da unidade. Por isso, utilizavam apenas as frações unitárias, isto é, com numerador igual a 1. Para escrever as frações unitárias, colocavam um sinal oval alongado sobre o denominador. As outras frações eram expressas através de uma soma de frações de numerador 1. Os egípcios não colocavam o sinal de adição - + - entre as frações, porque os símbolos das operações ainda não tinham sido inventados. No sistema de numeração egípcio, os símbolos repetiam-se com muita freqüência. Por isso, tanto os cálculos com números inteiros quanto aqueles que envolviam números fracionários eram muito complicados. Assim como os egípcios, outros povos também criaram o seu próprio sistema de numeração. Porém, na hora de efetuar os cálculos, em qualquer um dos sistemas empregados, as pessoas sempre esbarravam em alguma dificuldade. Apenas por volta do século III a.C. começou a se formar um sistema de numeração bem mais prático e eficiente do que os outros criados até então: o sistema de numeração romano.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Os papiros da Matemática egípcia

Quase tudo o que sabemos sobre a Matemática dos antigos egípcios se baseia em dois grandes papiros: o Papiro Ahmes e o Papiro de Moscou. O primeiro foi escrito por volta de 1.650 a.C. e tem aproximadamente 5,5 m de comprimento e 32 cm de largura. Foi comprado em 1.858 por um antiquário escocês chamado Henry Rhind. Por isso é conhecido também como Papiro de Rhind. Atualmente encontra-se no British Museum, de Londres. O Papiro de Moscou é uma estreita tira de 5,5 m de comprimento por 8 cm de largura, com 25 problemas. Encontra-se atualmente em Moscou. Não se sabe nada sobre o seu autor.



A técnica de calcular dos egípcios


Com a ajuda deste sistema de numeração, os egípcios conseguiam efetuar todos os cálculos que envolviam números inteiros. Para isso, empregavam uma técnica de cálculo muito especial: todas as operações matemáticas eram efetuadas através de uma adição. Por exemplo, a multiplicação 13 * 9 indicava que o 9 deveria ser adicionado treze vezes.

13 * 9 = 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 + 9 A tabela abaixo ajuda a compreender como os egípcios concluíam a muliplicação:

Número de parcelas Resultado 1 9 2 18 4 36 8 72

Eles buscavam na tabela um total de 13 parcelas; era simplesmente a soma das três colunas destacadas:

1 + 4 + 8 = 13 O resultado da multiplicação 13 * 9 era a soma dos resultados desta três colunas:

9 + 36 + 72 = 117 Os egípcios eram realmente muito habilidosos e criativos nos cálculos com números inteiros. Mas, em muitos problemas práticos, eles sentiam necessidades de expressar um pedaço de alguma coisa através de um número. E para isso os números inteiros não serviam.

Na proxima:Descobrindo a fração



Contando com os egípcios


Há mais ou menos 3.600 anos, o faraó do Egito tinha um súdito chamado Aahmesu, cujo nome significa “Filho da Lua”. Aahmesu ocupava na sociedade egípcia uma posição muito mais humilde que a do faraó: provavelmente era um escriba. Hoje Aahmesu é mais conhecido do que muitos faraós e reis do Antigo Egito. Entre os cientistas, ele é chamado de Ahmes. Foi ele quem escreveu o Papiro Ahmes.

O papiro Ahmes é um antigo manual de matemática. Contém 80 problemas, todos resolvido. A maioria envolvendo assuntos do dia-a-dia, como o preço do pão, a armazenagem de grãos de trigo, a alimentação do gado. Observando e estudando como eram efetuados os cálculos no

Papiro Ahmes, não foi difícil aos cientistas compreender o sistema de numeração egípcio. Além disso, a decifração dos hieróglifos – inscrições sagradas das tumbas e monumentos do Egito – no século XVIII também foi muito útil. O sistema de numeração egípcio baseava-se em sete números-chave:

1 10 100 1.000 10.000 100.000 1.000.000 Os egípcios usavam símbolos para representar esses números. Um traço vertical representava 1 unidade: Um osso de calcanhar invertido representava o número 10: Um laço valia 100 unidades: Uma flor de lótus valia 1.000: Um dedo dobrado valia 10.000: Com um girino os egípcios representavam 100.000 unidades: Uma figura ajoelhada, talvez representando um deus, valia 1.000.000:

Todos os outros números eram escritos combinando os números-chave. Na escrita dos números que usamos atualmente, a ordem dos algarismos é muito importante. Se tomarmos um número, como por exemplo: 256 e trocarmos os algarismos de lugar, vamos obter outros números completamente diferentes: 265 526 562 625 652 Ao escrever os números, os egípcios não se preocupavam com a ordem dos símbolos. Observe no desenho que apesar de a ordem dos símbolos não ser a mesma, os três garotos do Antigo Egito estão escrevendo o mesmo número: 45

HISTÓRIA DA MATEMÁTICA

Os egípcios criam os símbolos


Por volta do ano 4.000 a.C., algumas comunidades primitivas aprenderam a usar ferramentas e armas de bronze. Aldeias situadas às margens de rios transformaram-se em cidades. A vida ia ficando cada vez mais complexa. Novas atividades iam surgindo, graças sobretudo ao desenvolvimento do comércio. Os agricultores passaram a produzir alimentos em quantidades superiores às suas necessidades. Com isso algumas pessoas puderam se dedicar a outras atividades, tornando-se artesãos, comerciantes, sacerdotes, administradores.

Como conseqüência desse desenvolvimento surgiu a escrita. Era o fim da Pré-História e o começo da História. Os grandes progressos que marcaram o fim da Pré-História verificaram-se com muita intensidade e rapidez no Egito. Você certamente já ouviu falar nas pirâmides do Egito. Para fazer os projetos de construção das pirâmides e dos templos, o número concreto não era nada prático. Ele também não ajudava muito na resolução dos difíceis problemas criados pelo desenvolvimento da indústria e do comércio.

Como efetuar cálculos rápidos e precisos com pedras, nós ou riscos em um osso? Foi partindo dessa necessidade imediata que estudiosos do Antigo Egito passaram a representar a quantidade de objetos de uma coleção através de desenhos – os símbolos. A criação dos símbolos foi um passo muito importante para o desenvolvimento da Matemática. Na Pré-História, o homem juntava 3 bastões com 5 bastões para obter 8 bastões. Hoje sabemos representar esta operação por meio de símbolos. 3 + 5 = 8 Muitas vezes não sabemos nem que objetos estamos somando. Mas isso não importa: a operação pode ser feita da mesma maneira. Mas como eram os símbolos que os egípcios criaram para representar os números?
Saiba na proxima postagem.

Após separação, Edson Celulari deixa a casa da família

Separado de Cláudia Raia, o ator Edson Celulari procura uma nova residência. De férias do teatro e da TV, o astro já deixou a casa onde morava com a família, no Itanhangá, zona oeste do Rio de Janeiro, segundo amigos de Cláudia contaram ao r7.


Celulari estaria hospedado em um apart-hotel, mas não teria levado todos os seus pertences. O casal enviou um comunicado à imprensa na manhã desta segunda-feira (26), em que confirma o rompimento da relação de 17 anos.

Na última semana, eles almoçaram juntos com os filhos, Enzo e Sophia, em um restaurante no Leblon, na zona sul do Rio. Carinhosos, Cláudia e Celulari deram um forte abraço e conversaram normalmente sobre as crianças.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Meninos da Vila são chamados por Mano
O técnico Mano Menezes realizou nesta segunda-feira sua primeira convocação como técnico da Seleção Brasileira. Na lista, as presenças dos santistas André, Neymar, Paulo Henrique Ganso e Robinho, entre outras.

Em um auditório lotado por profissionais da imprensa, o treinador foi saudado por Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Ao contrário de Dunga, Mano Menezes leu a relação dos escolhidos. Na época do antigo treinador, a lista era impressa e distribuída aos jornalistas presentes.

Confira a lista completa dos jogadores que vão disputar amistoso contra os Estados Unidos, dia 10 de agosto, em Nova Jersey.

GOLEIROS:Victor (Grêmio), Jefferson (Botafogo) e Renan (Avaí)

LATERAIS:Daniel Alves (Barcelona), Rafael (Manchester), André Santos (Fenerbahçe) e Marcelo (Real Madrid)

ZAGUEIROS:David Luiz (Benfica), Henrique (Racing Santander), Réver (Atlético Mineiro) e Thiago Silva (Milan)

VOLANTES:Hernanes (São Paulo), Jucilei (Corinthians), Ramires (Benfica), Sandro (Internacional) e Lucas (Liverpool)

MEIAS:Carlos Eduardo (Hoffenheim), Éderson (Lyon) e Ganso (Santos)

ATACANTES:Pato (Milan), Robinho (Santos), André (Santos)
Neymar (Santos) e Diego Tardelli (Atlético Mineiro)

domingo, 25 de julho de 2010

CR9 - CR7 com a partida de Raúl? - regressa amanhã a Madrid. Cuidou do físico num ginásio na zona de Quarteira e quarta-feira começa a trabalhar sob as ordens de José Mourinho.

Ronaldo goza as últimas horas de lazer no Algarve, na zona de Vilamoura, pois está de regresso, amanhã, a Madrid, para no dia seguinte iniciar a segunda época no Real, agora sob o comando de alguém que muito aprecia (a recíproca também é verdadeira), José Mourinho.

Ronaldo ainda está de férias, mas como grande profissional que todos sabemos que é, não tem descurado a sua preparação. A verdade, porém, é que nos últimos dias Ronaldo não deixou de passar por um ginásio em Quarteira...

Depois de no ano passado ter escolhido Vale do Lobo, Ronaldo, e família, optaram agora por Vilamoura, e ontem, já depois de por lá ter passado, na sexta-feira, esteve bons 90 minutos a cuidar-se no Big GYM, ginásio situado numa urbanização perto de Quarteira.

Sempre acompanhado por dois seguranças, o internacional português não conseguiu livrar-se da curiosidade popular quando abandonou aquelas instalações. Sempre bem-disposto e irradiando simpatia, um dos melhores jogadores mundiais da actualidade deu muitos autógrafos, tirou várias fotografias (duas delas são publicadas em exclusivo em A BOLA) e também ouviu alguns incentivos, como o de uma senhora que lhe disse «continua a marcar muitos golos.»

Amanhã, o maior jogador português do momento está de volta a Madrid. No dia seguinte recomeça o trabalho no Real Madrid e no início da semana viaja com a equipa para Los Angeles, cidade onde começa a preparação a sério do clube que vai tentar terminar com a hegemonia do Barcelona. Para isso, CR9 (ou CR7?), não é decisivo, é fundamental!










As novas joias do futebol brasileiro (Neymar e Ganso)







O Santos ganhou a tranquilidade que precisava para a final da Copa do Brasil e, de quebra, agravou a crise do São Paulo às vésperas da semifinal da Copa Libertadores da América. Na tarde deste domingo, o time misto do Peixe derrotou o Tricolor por 1 a 0, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro.

Com apenas Rogério Ceni de titular absoluto em campo, o time de Ricardo Gomes cedeu o placar com um gol contra de Renato Silva, no segundo tempo. Agora, o Tricolor fica ainda mais pressionado para a primeira partida da semifinal da Libertadores, que será disputada na quarta-feira, contra o Internacional, no Beira-Rio. A torcida são-paulina já gritou, ainda nas arquibancadas da Vila, que o torneio virou obrigação.

Já o Peixe, que não teve Robinho e poupou também jogadores como Wesley e Pará, se animou para o primeiro duelo da final da Copa do Brasil, também na quarta, diante do Vitória, na Vila.

No Brasileirão, a situação dos dois times ficou bem diferente. O Alvinegro Praiano subiu para os 15 pontos, perto da parte de cima da tabela. O Tricolor, por sua vez, é o 15º colocado, com 11, próximo da zona de rebaixamento.

O jogo: Em casa e com mais titulares que o rival, o Santos se viu na obrigação de buscar o ataque, enquanto os reservas do São Paulo priorizaram a defesa. Diante do bloqueio, Maranhão arriscou a batida de longe, ao lado da meta de Rogério Ceni.

No lance seguinte, Alex Sandro recebeu na entrada da área e caiu. O árbitro assinalou falta, gerando reclamação dos santistas, que queriam pênalti. Já os são-paulinos defenderam que sequer houve infração no lance. Mas Luís Flávio de Oliveira confirmou a falta. Marquinhos, então, fez a cobrança com bastante força, exigindo defesa incrível de Rogério Ceni. No rebote, Neymar sozinho também parou no goleiro, mas o árbitro já assinalava impedimento do atacante.

Com bastante dificuldade em passar pela defesa tricolor, o Peixe conseguiu encaixar uma boa troca de passes, que chegou aos pés de Neymar na área, mas a batida saiu por cima do gol. Com Fernandinho e Marcelinho Paraíba apagados, o time de Ricardo Gomes contou com o avanço de um volante para tentar surpreender. Richarlyson bateu forte e rasteiro, mas Rafael se esticou para tirar.

O Tricolor manteve sua estratégia de dar mais prioridade à defesa, enquanto o Santos apresentou pouca criatividade para levar perigo. Com isso, o jogo perdeu emoção. O novo lance importante só saiu nos minutos finais da etapa, quando Marcelinho Paraíba aproveitou sua principal característica para chutar de longe, em boa defesa do goleiro santista.

Apesar da manutenção dos dois times para o segundo tempo, o São Paulo lutou para se mostrar mais atento e ofensivo. Assim, no primeiro minuto, o árbitro apontou falta sobre Marcelinho Paraíba na meia-esquerda, na região preferida de Rogério Ceni. O capitão tricolor efetuou a cobrança e observou a defesa de Rafael.

Na resposta dos donos da casa, Paulo Henrique Ganso protegeu dentro da área e rolou atrás para Marquinhos chegar batendo, mas a bola pegou na rede pelo lado de fora. O Tricolor até estava melhor em campo, até que o Peixe abriu o placar. Marquinhos cobrou falta da direita e o zagueiro Renato Silva mandou contra o próprio gol, dando a vantagem aos donos da casa.

Logo depois do revés, a torcida são-paulina passou a cantar que "Libertadores é obrigação". Com a mudança no placar, os treinadores também alteraram as escalações. Dorival Junior foi o primeiro a mexer, colocando Breitner na vaga de Marquinhos. Já Ricardo Gomes colocou Washington e Hernanes nas vagas de Jorge Wagner e Cléber Santana.

Porém, depois de troca de passes de letra entre Ganso e Neymar, a bola chegou para a finalização de Danilo, para fora. O camisa 10 são-paulino, inclusive, bem que tentou em um chute de fora da área, mas errou o alvo.

O São Paulo ainda buscou novamente o ataque, mas não conseguiu evitar a derrota e buscará sua recuperação na Libertadores.




Imagens do peladão que invadiu o campo durante o jogo do Santos e São paulo neste domingo(25).

sábado, 24 de julho de 2010


Menezes aceita treinar “canarinha”

Está resolvida a questão. Mano Menezes é o novo seleccionador brasileiro após ter respondido afirmativamente à proposta feita pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

«Aceito o convite endereçado pelo presidente [da CBF] Ricardo Teixeira», afirmou Menezes, que irá suceder a Carlos Dunga no comando técnico da “canarinha”.

O treinador escusou-se a comentar a recusa de Muricy Ramalho e o facto de ter sido segunda opção para o cargo, optando antes por revelar que está «muito feliz e orgulhoso por aceitar um trabalho com tanta responsabilidade».

«Admiro o Muricy, mas não tenho que analisar o porquê da sua recusa», reforçou.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Recursos minerais em Moçambique " temos ainda muito por explorar"

ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, na abertura da Conferência Internacional sobre carvão que decorre desde ontem, na cidade de Maputo

Numa altura em que o mundo está com olhos postos ao território nacional, tendo em conta o boom que se regista nos últimos tempos no que diz respeito à descoberta e exploração dos recursos minerais, a ministra moçambicana deste sector veio, ontem, a público dizer que o país ainda tem muito por ser descoberto e explorado. Assim, aquela governante lança o desafio e convida os investidores, tanto nacionais assim como estrangeiros, a avançarem com propostas concretas para iniciarem investimento no sector mineiro nacional.

“O nosso país dispõe de uma vasta gama de recursos minerais, grande parte dos quais ainda não explorados, tais como metais básicos, fosfatos, rochas ornamentais, bauxite, minério de ferro, tantalite, pedras preciosas e semipreciosas, grafites e outros. Possuímos grandes depósitos de areias pesadas ao longo da costa, tendo um deles, em Moma, entrado em produção em 2007 e prevendo-se para o futuro o desenvolvimentos de outros projectos em outras áreas” – disse a ministra, fazendo um convite aos especialistas que, representado multinacionais minerais, participam desde ontem na Conferência Internacional sobre carvão.

Decorrendo sobre o tema: Posicionando Moçambique na Rota do Mercado Mundial do Cravão, o evento decorre na capital moçambicana, Maputo. O país tornou-se, nos últimos tempos, no maior produtor de gás natural na região da África Austral. Foi recentemente feita a descoberta de novos jazigos deste hidrocarbonetos, com particular destaque para a descoberta na bacia do Rovuma, facto que para a ministra dos Recursos Minerais é uma razão clara para que os investidores tenham forte apetência por Moçambique.

No que ao carvão diz respeito, o território moçambicano é considerado como podendo ser um dos países com maiores reservas de carvão a nível mundial. “Existem diversas bacias carboníferas identificadas em diferentes áreas do país, nas províncias de Tete, Niassa, Cabo Delgado e Manica, algumas delas presentemente a ser avaliadas através de trabalhos de pesquisa no âmbito de mais de 100 títulos mineiros atribuídos a várias pessoas singulares e colectivas” – recordou a ministra.

Na bacia de carvão de Moatize, a mais conhecida de entre as diversas bacias de carvão existentes no país, foram realizados no passado diversos trabalhos de pesquisa geológica detalhada e presentemente existem vários biliões de toneladas de carvão prontas para ser produzidas. Em 2007 e 2009 foram assinados dois contratos mineiros, com a Vale Moçambique e Riversdale para Moatize e Benga respectivamente, que em conjunto contemplam a produção e exportação anual de cerca de vinte milhões de toneladas de carvão, a ocorrer dentro de poucos anos.

O início da exportação terá lugar em Julho de 2011. De acordo com Esperança Bias, “na vizinhança de Moatize existem áreas em que os trabalhos de pesquisa estão em estágio bastante avançado, com resultados positivos, prevendo-se que em algumas delas os seus titulares mineiros requeiram em breve concessões mineiras para a extracção de carvão. De entre estas, é de mencionar o projecto de carvão do Zambeze promovido pela Riversdale e os projectos das empresas Ncondezi e JPSW” – anotou ela.

Com base nestas indicações, a ministra é de opinião que existem, presentemente, condições para a produção e exportação anual de várias dezenas de milhões de toneladas de carvão a partir da região carbonífera de Moatize. Entretanto, reconhece “um dos principais desafios que temos ainda de enfrentar é a criação de capacidade para o escoamento do carvão desde o local de produção aos portos de exportação”.

Muricy é o novo técnico da Seleção Brasileira


Acordo é firmado em encontro com Ricardo Teixeira, que diz que ele terá de ser exclusivo da CBF. Contrato com o Fluminense tem cláusula de liberação

O novo técnico da Seleção Brasileira é Muricy Ramalho. O treinador, de 54 anos, terá a responsabilidade de comandar a renovação da Seleção para a disputa da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.

Muricy tem contrato até o fim do ano com o Fluminense, clube que levou à liderança do Campeonato Brasileiro após a vitória desta quinta-feira, sobre o Cruzeiro. Em um encontro na manhã desta sexta-feira, em um clube de golfe da Zona Oeste do Rio de Janeiro, o treinador se reuniu com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e com o diretor de comunicação, Rodrigo Paiva, e aceitou o convite, mas ainda irá se reunir com a diretoria tricolor. Em seu contrato com o clube, há uma cláusula que permite rompimento para assumir a Seleção. Ricardo Teixeira deixou claro que o treinador terá de ser exclusivo da CBF.

Convite relâmpago na garagem do Maracanã

Muricy recebeu o convite para se reunir com Ricardo Teixeira através de um intermediário da CBF, na garagem do Maracanã, pouco depois de meia-noite, quando o treinador deixava o estádio após a vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro. Na entrevista coletiva após o jogo, Muricy garantiu que nem sequer havia sido sondado por qualquer pessoa ligada à CBF. Mas brincou sobre a concorrência com Mano Menezes e Luiz Felipe Scolari.

- Não dá para contratar os três? Seria ruim para os adversários, hein? Há muitos caras bons, a Seleção Brasileira está bem servida, independentemente de quem assumir. Todos os treinadores estão em um momento bom na carreira, estão maduros. Isso faz a diferença. Todos têm o gosto pela vitória - comentou, pouco antes de dizer que não pensava em outra coisa que não fosse o Fluminense.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Mozal cede à pressão e vai esclarecer o “bypass”

Para debater a matéria, a Mozal convidou para um encontro, hoje, nas suas instalações, representantes dos media, a população que será atingida pelos gases, para além do MICOA

Em resposta à pressão feita ao governo por ambientalistas, sociedade civil e órgãos de informação, por ter sido autorizada a emitir gases nocivos durante seis meses, sem filtros, nas suas actividades de produção de alumínio, a Mozal convidou algumas destas entidades para um encontro, hoje, com o propósito de “prestar informações sobre o projecto de melhoramento dos centros de tratamento de fumos”.

O encontro terá lugar, esta manhã, nas instalações da Mozal, e também contará com a participação da população que será potencialmente afectada pela emissão de gases, no âmbito do processo de reabilitação dos centros de tratamento de gases da mega-fundição de alumínio em Moçambique, Mozal.

Este encontro foi despoletado pela licença emitida pelo governo, permitindo à Mozal que trabalhasse num sistema chamado “bypass”. Através deste sistema, a Mozal fica com luz verde para libertar gases durante seis meses, sem filtros, enquanto reabilita os seus centros de tratamento de fumos. Os ambientalistas entendem que a decisão do governo de emitir esta licença especial para a Mozal está errada por não ter sido antecedida de nenhum estudo credível sobre o impacto ambiental que a actividade pode trazer para a saúde pública, no raio de acção, que, segundo a Justiça Ambiental (JA), poderá ser de 40 a 100 quilómetros.